top of page
london_1997578b.jpg

Sobre

Lytton Strachey não tinha lá grande apreço pela Rainha Vitória e os vitorianos. Costumava dizer que “a politeia inglesa era em grande parte uma estrutura de senso comum, embora sempre houvesse um cantinho em que o senso-comum não conseguia entrar — onde, de um jeito ou de outro, não se utilizavam os parâmetros comuns e não se aplicavam as regras comuns”. Ressalvada a propensão de Strachey à sátira, trata-se de um diagnóstico bastante preciso da era vitoriana. De 1837 a 1901, a Grã-Bretanha atinge seu apogeu imperial, a exportar bens, instituições e produções culturais para os mais diversos locais do globo. No centro do império, tomam corpo formulações intelectuais que moldariam enormemente o mundo moderno: como o o liberalismo de Stuart Mill, o socialismo de Marx e o evolucionismo de Darwin. Essas formulações, no entanto, coexistem com o advento do dito racismo científico, o surgimento do terrorismo, a repressão sexual e a exploração em larga escala das populações expulsas do campo para os centros industriais. A Semana Vitoriana, que se realizará dos dias 15 a 19 de outubro no Prédio das Letras, organiza-se sob a premissa de, de um lado, discutir os monumentos literários, artísticos, científicos, filosóficos e historiográficos desse período tão rico quanto contraditório e, de outro lado, investigar a sua repercussão nos dois lados do Atlântico, através do tempo.

bottom of page